Do dia que eu cheguei do hospital eu não sai mais...
Sempre ao lado do meu pai. Ele já não falava, não abria os olhos, já estava com sonda, pois não conseguia se alimentar...
Foi quando na manhã do dia 20 a médica pediu pra falar comigo.
Ela disse que ele estava no melhor hospital do Estado de SP, que todos os meios possíveis pra expandir o pulmão foram utilizados sem sucesso, que os antibióticos hospitalares já não faziam efeito, que nenhuma medicação estava funcionando, que a fibrose pulmonar do meu pai estava piorando a olhos vistos, que a taxa de oxigênio dele estava baixa e que ela gostaria de saber qual seria a minha postura pois o quadro do meu pai já era irreversível.
Se eu autorizava levar pra UTI, fazer traqueotomia, ligar nos aparelhos, etc
Ou se eu queria que dopasse ele para ele não sentir dor e ter um fim digno.
Chamaram a minha mãe e nós duas fomos atendidas por psicólogas, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais... choramos muito.
Eu perguntei se levassem ele pra UTI, se revertia o quadro, ela disse que não, só estenderia o estado vegetativo ligado aos aparelhos. Eu perguntei se teríamos acesso a UTI, ela disse que somente por 2 horas por dia.
Então eu e minha mãe tivemos a decisão mais difícil da minha vida, que foi mantê-lo no quarto sedado onde as duas poderíamos estar presentes, até seu último momento.
A médica liberou nosso acesso 24 horas no hospital até fora do horário de visitas.
1 comentários:
ue, não to vendo o texto...
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